quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Conto 0001 EQM – Experiência de Quase Morte


Olá meu nome é Stan, meu pai assistiu um daqueles filmes americanos e me registrou com esse nome, vou lhes contar um pouco de minha história, ela é longa e começou no dia de meu acidente, eu dirigia com meu carro em uma rua com radar em 60km/h sinalizada e bem iluminada, estava voltando de mais um dia de trabalho, quando em um cruzamento outro veículo invadiu a preferencial e meu carro bateu a frente na lateral do outro veículo, nesse momento escutei um estrondo da lataria dos carros batendo e meu corpo foi jogado pra fora do carro.

Quando recobrei a consciência, me levantei e olhei pro carro, confesso que a cena que vi, foi a coisa mais inesquecível de minha vida, meu corpo ali, esmagado entre o banco e a direção do carro, eu estava de sinto, nessa hora me dei conta que teria morrido, como espirita que sou, ao me ver ali e vê meu corpo em minha frente, vi que minha hora havia chegado, em pouco tempo havia uma multidão de pessoas e o motorista do outro veículo gritando, pois quando meu veículo colidiu com o dele, sua mulher que estava do lado da colisão, havia morrido.

O mais estranho é que ela saiu do corpo, foi recebida por dois espíritos de luz e acendeu em companhia deles, desaparecendo em um raio de luz e eu fiquei ali, me perguntando, porque não fui atendido? Eu era membro da federação espírita, ajudava na administração de centros, era palestrante, deveria ser recebido e ascender também, ao me voltar para o acidente os paramédicos chegaram e começaram a tarefa de tirar meu corpo do carro.

Eu estava ali inquieto observando cada detalhe daquela cena, quando em fim tiraram meu corpo das ferragens, me deitaram na maca da ambulância e começaram o trabalho de de reanimar meu corpo e eu pensando, estou morto isso não vai funcionar! 

Começaram a massagem cardíaca e logo chegou outra ambulância com um desfibrilador, começaram a dar choque em meu corpo e fazendo respiração, comecei a sentir uma coisa estranha, o mundo começou a rodar e eu desmaiei.

Ao acordar estava em uma espécie de hospital, logo reconheci que era no plano espiritual, porque não haviam tubos, nem soro, nem nada, somente uma diferença minha pros outros, meu duplo etéreo estava conectado ao meu corpo espiritual e fiquei tranquilo em saber que estava morto, mas, havia uma probabilidade de estar vivo, me assustei quando outro espirito apareceu em minha frente, era o João, ele se apresentou como meu guia naquele lugar.

João então começou a me contar que minha retirada momentânea da terra era necessária, pois não estava cumprindo minha missão como deveria, eu retruquei dizendo a ele que sim, que eu era membro da federação espirita e que palestrava e ajudava na administração de centros, ele me disse:

<João> É aí que está seu erro, não só nos centros, mas, deves ajudar no desenvolvimento de sua sociedade, criando leis que beneficiem o próximo, além de claro, todo esse seu orgulho, arrogância e prepotência!

Nesse momento João me trouxe a memória de cobranças dos meus irmãos, principalmente dos que estavam em menor evolução como a minha, dizendo que se eu faria, eles também poderiam fazer, sendo que eles ainda não tinham atingido meu nível de consciência espiritual. Contar aos outros com super autoestima, o que faria e como ajudava as pessoas, que tudo isso era totalmente errado, parece até que eu não tinha lido a doutrina básica dos espíritos, pelo menos o livro dos espíritos e o evangélio segundo o espiritismo, eu simplesmente abaixei minha cabeça, pois João estava totalmente certo e eu totalmente errado.

Passado essa experiência de ver e rever meus erros, perguntei a João o que eu estava fazendo ali, ele me disse que eu estava ali para uma escolha, poderia ficar, porém, não ficaria na colônia, teria de ficar no umbral terminando de pagar meus carmas, que pelo que vi, durante o longo tempo que passamos em meu passado desta encarnação, eram muitos! Ou poderia voltar e dar um jeito em tudo isso, mudar toda a minha existência e aceitar uma missão consciente de alterar a história do país.

Fiquei perplexo ao saber disso, mas, João quis me mostrar como seria se eu decidisse ficar, ou voltar, me levando direto ao vale das sombras, um lugar fétido, com o ar totalmente carregado, parecia que eu estava respirando o escapamento de um caminhão, toda vez que tentava respirar era como se a fumaça negra exaurida na terra pelos caminhões que queimam óleo diesel. Fiquei tonto e João me segurou, o chão era como marshmallow só que preto, nunca tinha visto tal lama na terra, o céu totalmente carregado com nuvens pretas e a luz era apenas uma penumbra.

João me disse que era ali que eu ficaria e que voltaríamos a colônia para a orientação caso eu decidisse voltar à terra, então no Ministério da Regeneração com o ministro e outros espíritos de alta hierarquia espiritual me receberam, João disse que teria de se retirar, que eu teria de seguir sozinho, confesso que nessa hora tive calafrios, pois até então só andava com a companhia de João e naquele momento estava só, eu e eles.

O ministro pediu que eu me acalmasse que eles não iriam me morder! Tentei manter a calma, então eles começaram, dizendo que o “caso” do dia era o meu, que em minha partida teria decidido criar leis para o desenvolvimento da sociedade terrestre, especificamente do país onde eu nascera o Brasil, mas, desviei do curso ao entrar em contato com os prazeres carnais, sexo, álcool, cigarro, até entrar em depressão e depois me converter a doutrina dos espíritos, comecei sendo ajudado, depois comecei a ajudar os outros.

Mas, o orgulho, a arrogância, prepotência e todos os males desta faixa vibratória encontravam-se em meu ser, agora estava ali para ser orientado, disseram-me que eu tinha a escolha e que eu já sabia qual era, começaram então a me dizer como voltaria se caso decidisse voltar, ficaria paraplégico e teria de viver o resto de meus dias na terra em uma cadeira de rodas, pois  no acidente minhas duas pernas teriam sido esmagadas e não teriam chance de regeneração, além de ter fraturado a coluna e me tornado um paraplégico.

Que minha missão seria a de ajudar no desenvolvimento de leis, aprimoramento das existentes, para que as pessoas com deficiência tivessem uma melhor qualidade de vida. Sem hesitar aceitei a missão e decidi que voltaria, eles me alertaram que eu teria um ano pra começar a fazer a missão, que não esqueceria nada daquilo que me foi ensinado e que além de meu testemunho para todos os que conhecessem eu deveria escrever sobre toda essa experiência, que é justamente o que estou fazendo agora, contando tudo o que passei para vocês.

Continua...