Olá meu nome é Stan, meu pai assistiu um daqueles filmes
americanos e me registrou com esse nome, vou lhes contar um pouco de minha
história, ela é longa e começou no dia de meu acidente, eu dirigia com meu
carro em uma rua com radar em 60km/h sinalizada e bem iluminada, estava
voltando de mais um dia de trabalho, quando em um cruzamento outro veículo
invadiu a preferencial e meu carro bateu a frente na lateral do outro veículo,
nesse momento escutei um estrondo da lataria dos carros batendo e meu corpo foi
jogado pra fora do carro.
Quando recobrei a consciência, me levantei e olhei pro
carro, confesso que a cena que vi, foi a coisa mais inesquecível de minha vida,
meu corpo ali, esmagado entre o banco e a direção do carro, eu estava de sinto,
nessa hora me dei conta que teria morrido, como espirita que sou, ao me ver ali
e vê meu corpo em minha frente, vi que minha hora havia chegado, em pouco tempo
havia uma multidão de pessoas e o motorista do outro veículo gritando, pois
quando meu veículo colidiu com o dele, sua mulher que estava do lado da
colisão, havia morrido.
O mais estranho é que ela saiu do corpo, foi recebida por
dois espíritos de luz e acendeu em companhia deles, desaparecendo em um raio de
luz e eu fiquei ali, me perguntando, porque não fui atendido? Eu era membro da
federação espírita, ajudava na administração de centros, era palestrante, deveria
ser recebido e ascender também, ao me voltar para o acidente os paramédicos
chegaram e começaram a tarefa de tirar meu corpo do carro.
Eu estava ali inquieto observando cada detalhe daquela cena,
quando em fim tiraram meu corpo das ferragens, me deitaram na maca da ambulância
e começaram o trabalho de de reanimar meu corpo e eu pensando, estou morto isso
não vai funcionar!
Começaram a massagem cardíaca e logo chegou outra ambulância
com um desfibrilador, começaram a dar choque em meu corpo e fazendo respiração,
comecei a sentir uma coisa estranha, o mundo começou a rodar e eu desmaiei.
Ao acordar estava em uma espécie de hospital, logo reconheci
que era no plano espiritual, porque não haviam tubos, nem soro, nem nada,
somente uma diferença minha pros outros, meu duplo etéreo estava conectado ao
meu corpo espiritual e fiquei tranquilo em saber que estava morto, mas, havia
uma probabilidade de estar vivo, me assustei quando outro espirito apareceu em
minha frente, era o João, ele se apresentou como meu guia naquele lugar.
João então começou a me contar que minha retirada momentânea
da terra era necessária, pois não estava cumprindo minha missão como deveria,
eu retruquei dizendo a ele que sim, que eu era membro da federação espirita e
que palestrava e ajudava na administração de centros, ele me disse:
<João> É aí que está seu erro, não só nos centros, mas, deves ajudar no
desenvolvimento de sua sociedade, criando leis que beneficiem o próximo, além
de claro, todo esse seu orgulho, arrogância e prepotência!
Nesse momento João me trouxe a memória de cobranças dos meus
irmãos, principalmente dos que estavam em menor evolução como a minha, dizendo
que se eu faria, eles também poderiam fazer, sendo que eles ainda não tinham
atingido meu nível de consciência espiritual. Contar aos outros com super
autoestima, o que faria e como ajudava as pessoas, que tudo isso era totalmente
errado, parece até que eu não tinha lido a doutrina básica dos espíritos, pelo
menos o livro dos espíritos e o evangélio segundo o espiritismo, eu
simplesmente abaixei minha cabeça, pois João estava totalmente certo e eu
totalmente errado.
Passado essa experiência de ver e rever meus erros,
perguntei a João o que eu estava fazendo ali, ele me disse que eu estava ali
para uma escolha, poderia ficar, porém, não ficaria na colônia, teria de ficar
no umbral terminando de pagar meus carmas, que pelo que vi, durante o longo
tempo que passamos em meu passado desta encarnação, eram muitos! Ou poderia
voltar e dar um jeito em tudo isso, mudar toda a minha existência e aceitar uma
missão consciente de alterar a história do país.
Fiquei perplexo ao saber disso, mas, João quis me mostrar
como seria se eu decidisse ficar, ou voltar, me levando direto ao vale das
sombras, um lugar fétido, com o ar totalmente carregado, parecia que eu estava
respirando o escapamento de um caminhão, toda vez que tentava respirar era como
se a fumaça negra exaurida na terra pelos caminhões que queimam óleo diesel. Fiquei
tonto e João me segurou, o chão era como marshmallow só que preto, nunca tinha
visto tal lama na terra, o céu totalmente carregado com nuvens pretas e a luz
era apenas uma penumbra.
João me disse que era ali que eu ficaria e que voltaríamos a
colônia para a orientação caso eu decidisse voltar à terra, então no Ministério
da Regeneração com o ministro e outros espíritos de alta hierarquia espiritual
me receberam, João disse que teria de se retirar, que eu teria de seguir
sozinho, confesso que nessa hora tive calafrios, pois até então só andava com a
companhia de João e naquele momento estava só, eu e eles.
O ministro pediu que eu me acalmasse que eles não iriam me
morder! Tentei manter a calma, então eles começaram, dizendo que o “caso” do
dia era o meu, que em minha partida teria decidido criar leis para o desenvolvimento
da sociedade terrestre, especificamente do país onde eu nascera o Brasil, mas,
desviei do curso ao entrar em contato com os prazeres carnais, sexo, álcool,
cigarro, até entrar em depressão e depois me converter a doutrina dos
espíritos, comecei sendo ajudado, depois comecei a ajudar os outros.
Mas, o orgulho, a arrogância, prepotência e todos os males
desta faixa vibratória encontravam-se em meu ser, agora estava ali para ser
orientado, disseram-me que eu tinha a escolha e que eu já sabia qual era,
começaram então a me dizer como voltaria se caso decidisse voltar, ficaria
paraplégico e teria de viver o resto de meus dias na terra em uma cadeira de
rodas, pois no acidente minhas duas
pernas teriam sido esmagadas e não teriam chance de regeneração, além de ter
fraturado a coluna e me tornado um paraplégico.
Que minha missão seria a de ajudar no desenvolvimento de
leis, aprimoramento das existentes, para que as pessoas com deficiência
tivessem uma melhor qualidade de vida. Sem hesitar aceitei a missão e decidi
que voltaria, eles me alertaram que eu teria um ano pra começar a fazer a
missão, que não esqueceria nada daquilo que me foi ensinado e que além de meu
testemunho para todos os que conhecessem eu deveria escrever sobre toda essa
experiência, que é justamente o que estou fazendo agora, contando tudo o que passei
para vocês.
Continua...
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